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Escrito por Ana Canosa

O amor é um sentimento complexo e ainda pouco estudado. Algumas teorias mostram que essa necessidade de aconchego e apego, de conexão com o outro que promove a sensação de felicidade, é muito primitiva. Durante a vida, desenvolvemos várias características e nuances do amor, aprendendo de maneira muito individualizada, como dar e receber.

 

É na puberdade que essa necessidade de apego se projeta para o outro fora da família, já que os hormônios sexuais alimentam uma química muito especifica, que faz, por vezes, unir tesão e afeto. E a convivência amorosa com nossos parceiros vai se estreitando, se ajeitando, proporcionando momentos de alegria, felicidade, ciúme, tensão, dúvida, prazer e também dor. E assim vamos construindo a nossa memória afetiva.

Quem é adulto e já teve algumas experiências preciosas de convivência amorosa, sabe bem como é difícil manter uma união com qualidade, driblando as adversidades. O amor não é tão resistente como supomos.

Não há nada mais subjetivo do que dizer “Eu te amo”. Essa frase pode revelar um sentimento profundo, mas pode também decretar a falência de uma relação, quando não há nada de concreto que a sustente. Ama como? O que faz para que o(a) outro(a) se sinta amado(a)?

Somos seres em evolução e frequentemente precisamos, nas relações amorosas, de reciprocidade. Sentir que o outro está de fato colocando sua energia para nos fazer felizes.

Infelizmente, é bastante comum, que muitas pessoas se deem por satisfeitas com uma promessa feita no altar de amar até que a morte nos separe, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. Mas o tal amor fica lá, suprimido pela montanha de afazeres cotidianos, como se bastasse o compromisso para selar a conexão entre duas pessoas. Invariavelmente, lá na frente, alguém passa a reclamar da ausência do outro, de um cotidiano frio e sem vida. Não que a rotina não seja importante ou que ela por si só massacre o amor. Casais felizes lidam bem com ela, estabelecem a rotina como o grande desafio da vida em comum, uma organização e um conforto necessários. Não é disso que estamos tratando.

Aqui o ponto de vista é outro: quantas vezes você, ao longo de um curto período, fez algo para que seu par se sinta olhado de maneira individualizada e não como mais uma peça na engrenagem do seu cotidiano? Que você tenha despertado nele, um sorriso especial?

As pessoas amam de maneiras diferentes e nem sempre as ações que você faz são percebidas pelo outro. Mais do que repetir situações que lhes são fáceis e costumeiras, o grande desafio de uma pessoa é amar o outro como ele(a) gosta de ser amado e não como a maneira que você aprendeu e está acostumado. Isso exige percepção e treino.

Amar melhor. O desafio de toda relação.