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Escrito por Christiane Marcello

O casamento, tal qual conhecemos - monogâmico, tradicional - é uma construção social bastante desafiadora para os dias de hoje, onde continuamos a depositar a esperança de sermos amados, sexualmente ativos e felizes. No caso do “sermos sexualmente ativos”, somos poucos estimulados a incluir o erotismo dentro de nossas casas e neste território, esperamos demais e investimos de menos, na maioria das vezes.

 

Mas se este modelo ainda é desejado, esta trajetória a dois, exige, diariamente, o cuidado, livre de “preguiça”, para criar o ambiente que queremos estar, e nos entregar. O erotismo deve fazer parte desta relação como arma para superar o tédio sexual, driblar a rotina, contrariando a involuntariedade do desejo, provocando novas experiências e criando tensões no lugar comum.

Para um relacionamento de longo prazo, a construção deve passar por uma decisão consciente. Além de exigir do casal práticas regulares e recursos diversos, para se sentirem conectados e estimulados na relação. Não podemos nos iludir e esperar que o relacionamento possa ser construído de forma despretenciosa, do jeito que der, ou muito mesmo achar que os obstáculos não virão.

Muitos casais iniciam a vida a dois com um pensamento: “- Se não der certo, eu separo”. Eu fico imaginando, como seria se, em outros projetos importantes de nossas vidas, nós os iniciássemos com o mesmo pensamento. Por exemplo: você consegue seu emprego dos sonhos, e você pensa: “- Ah! Eu vou lá, e se não der certo, não deu.” Não acredito que isto aconteça. Pelo contrário, atrás de um grande projeto temos sempre a energia voltada a nos realizar com ele e entregar o nosso melhor.

O mesmo princípio vale para o casamento. Como projeto de vida, precisamos alinhar e revisitar com nosso parceiro nossas expectativas e nossos acordos, SEMPRE. O “certo” e o “errado” na relação devem ser estabelecidos pelo casal, independente do que aprendemos culturalmente, socialmente. E principalmente, na dinâmica entre 4 paredes, o casal tem total autonomia para ditar as regras e ser feliz.

Se o casamento, ainda será uma opção para as próximas décadas, não posso afirmar, mas uma vez que continue existindo, convido vocês, casados, a assumir uma nova postura diante de seus relacionamentos, com as rédeas nas mãos, mudando conceitos estabelecidos e criando sua autonomia conjugal, dentro de suas verdades. Tomando o casamento como um projeto de vida e assumindo que se um dos desafios é o exercício da sexualidade e que se, como seres humanos, fomos capacitados com o nosso imaginário erótico, que “lancemos mão” desta arma para criar uma nova curva de valor, transformando esta realidade.