Escrito por Christiane Marcello
"Quero viver esta paixão.
E me deleitar com todas as emoções provocadas.
Sentir a necessidade física de estar ao seu lado,
e o desconforto dos momentos longe de você.
Quero o desassossego do coração que dispara,
com o medo de pensar em te perder
e ter este mesmo coração saltitante
com um simples sussurro seu.
Quero a surpresa e a certeza deste amor inflamado.
No vai e vem do ritmo criado,
como se a vida ficasse suspensa,
Enquanto você não vem."
Tão dual e tão intenso, é este sentimento!
No Ocidente, a nossa experiência de amor, apresenta-se, primeiro, na forma de paixão.
Esta, avassaladora, e com o poder de despertar os nossos sentidos, ao mesmo tempo é capaz de desestabilizar quem somos.
Sempre pensei se existiria uma explicação racional para todas as respostas biológicas que acontecem neste momento “entorpecente” de um relacionamento.
Há anos, Helen Fisher, antropóloga e pesquisadora do comportamento humano, estuda a neurobiologia do amor. Ela defende a teoria de que temos sistemas cerebrais relacionados que interagem entre si quando estamos apaixonados.
O cérebro da pessoa apaixonada libera sinais específicos iguais aos que são liberados por um usuário de drogas.
A região do cérebro que é ativada quando se está apaixonado, é a região de controle de motivação por busca de recompensa. Uma vez que a paixão desperta a sensação de prazer, ativa esta região do cérebro, liberando dopamina, e isto promove a vontade de querer continuar em busca deste prazer (no caso, a pessoa amada), que nos faz sentir recompensados.
A teoria leva a dizer que, a paixão é semelhante à dependência que as drogas causam, assim como o seu desfecho pode gerar uma “crise de abstinência” sem igual.
Logo, a paixão é uma droga!
Mas desta droga, prefiro morrer de overdose.